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terça-feira, 24 de julho de 2012

Eu gosto de falar. De ler. De escrever. Eu  gosto de um bom filme. De uma boa série. De uma boa musica. As letras, as palavras, os textos andam sempre colados a mim. Sempre colados ao que mais gosto de fazer. Todas as palavras andam sempre juntas ao que mais me dá prazer. Ás vezes mantenho-as guardadas dentro de mim - presas, sufocadas, quase mortas - mas elas sobrevivem. Sobrevivem mesmo sem que saiam. Passeiam velozmente na minha cabeça . Cada uma para um lado, todas para o mesmo sitio. Fecho os olhos e elas desenham-se diante de mim. Cada letra, cada palavra, cada frase. Mas não saem, não querem, não conseguem. Até que aparece alguém , alguém que tem a capacidade nem sempre propositada de conseguir enfiar-me a mão dentro do peito e esmagar-me o coração. Consigo sentir a força dos dedos, um por um a furarem docemente aquilo que entreguei a quem agora me faz mal. Mas é exactamente esta a altura em que as palavras se desamarram e se soltam. Elas fogem-me por entre os dedos, quase tão rápidas como as lágrimas que me escorrem pelo rosto. É nesta altura que elas saltam, que finalmente se libertam de mim e se colam ao papel. Outra vez presas, outra vez sozinhas e ao mesmo tempo juntas. É assim que me sinto agora depois delas já não estarem comigo - ainda triste, ainda sozinha, ainda dorida, mas muito mais leve. Elas já não estão comigo mas tu estás. No dia que isto não for o mais importante da minha vida então nada mais será.

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