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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Não tenho medo de muitas coisas na vida. Não vivo com medo no meu dia-a-dia. Não tenho medo de andar sozinha na rua à noite. Não tenho medo de passar por um grupo de não-sei-quantos rapazes que não tenham assim tão bom aspecto, ou de ir mais tempo à beira da estrada do que no passeio. Não tenho medo. Não tenho medo de não encontrar um caminho certo para a minha vida, um rumo, um objectivo. Não tenho medo de acabar sem dinheiro, ou a passar dificuldades. Não vivo com medo daquilo que pode vir a acontecer mas que não tenho a certeza se acontecerá ou não. Mas tenho medo de perder as pessoas que eu amo. Tenho medo que alguém fique doente. Assusto-me com constipações, com alergias, com impressões. Não se for eu a senti-las, mas quando vejo as pessoas que gosto sentirem-se menos bem. Fico preocupada, fico pensativa e tenho sempre medo. Aí sim, tenho medo. Medo que a vida me leve aqueles que amo sem que eu tenha tempo de fazer alguma coisa. Isto é o que me dá mais medo. Que os outros sofram, que os outros se vão embora quando ainda têm tanto para dar. Depois só tenho medo de mais uma coisa : Tenho medo do que vai ser da vida do meu irmão. Tenho medo no que ele se vem a tornar. É um medo de perde-lo também, para mundos que matam aos poucos em vez de uma vez só.

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